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"Unifica-me" | Tahereh Mafi

Bela Calli

Finalmente chegou a tão esperada continuação dessa saga! Demorei um pouquinho para trazer os primeiros contos de Estilhaça-me, mas o post de hoje é especial, porque traz duas resenhas em uma só! "Unifica-me" é, portanto, um volume que traz dois contos: Destrua-me #1.5 e também Fragmenta-me #2.5


Em 2021, a editora Universo dos Livros trouxe ao Brasil, em 192 páginas, os contos da série best-seller do New York Times! E tenho que admitir, eu gostei muito de ver a perspectiva de outros personagens!


Lembrando que se você ainda não leu as resenhas anteriores, dá uma olhadinha antes. Pode ir lá, eu te espero!

Podemos continuar? Pois então se ajeite, esse será um pouco longo.


Sinopse

Nos três primeiros livros da série Estilhaça-me, a história é contada pela heroína Juliette. Mas o que pensam e sentem Warner e Adam, os dois jovens que surgiram em sua vida e embaralharam suas emoções? É o que descobrimos nos dois contos apresentados em Unifica-me!


Destrua-me narra os eventos ocorridos entre os dois primeiros livros da série, Estilhaça-me e Liberta-me, sob o ponto de vista de Warner, que não consegue parar de pensar em Juliette – e fará de tudo para encontrá-la.


Fragmenta-me aborda os eventos ocorridos entre os livros dois e três, Liberta-me e Incendeia-me, e é contado da perspectiva de Adam, que está focado na segurança de Juliette, Kenji e seu irmão.


Além dos dois contos, Unifica-me apresenta ainda o famoso diário de Juliette! Imperdível para quem ama o mundo distópico de Tahereh Mafi!


O que você encontrará em "Unifica-me"?


  • Conto com a perspectiva do Warner!

  • Conto com a perspectiva de Adam!

  • Diário da Juliette;

  • Novas descobertas?


Você já conhece o Kindle Unlimited? Com apenas uma assinatura você poderá ler milhares de livros sem pagar nada a mais por isso!

Unifica-me, resenha "Destrua-me" e "Fragmenta-me" da série "Estilhaça-me" Tahereh Mafi
Reprodução | Bela Call

O que achei de "Destrua-me" #1.5?


Confesso que ver as coisas sob a perspectiva de Warner foi melhor do que eu podia imaginar. Mas antes de começarmos, gostaria de sugerir que você, caro leitor, faça a leitura deste conto — se ainda não fez — após a leitura de “Liberta-me”, o segundo livro da série. Isso porque o conto traz algumas cenas da continuação, apesar de se localizar ali entre o primeiro e segundo.


Não deve ser segredo para ninguém que o narrador-personagem traz uma visão bem parcial dos acontecimentos. Quando a narrativa é contada sob os olhos de um personagem (nesse caso, a Juliette), ela carrega sentimentos, impressões, confusões e pré-julgamentos inevitáveis. É por isso que o contraste entre o Warner do 1º livro e o Warner retratado aqui é tão diferente — porque temos um novo ponto de vista. O ponto de vista dele! E na minha opinião, esse conto é simplesmente perfeito!


"[...] Criei a reputação de ser alguém frio, um monstro que não teme nada nem ninguém. Mas tudo isso é ilusório. Porque a verdade é que não passo de um covarde."


O estilo da autora é sempre encantador, mas sua técnica é tão absurda que continua me surpreendo, mesmo sendo este meu terceiro contato com sua escrita. O contraste entre estilos narrativos mostra a personalidade dos personagens de uma forma única e genial! Enquanto as marcas dos pensamentos de Juliette podem ser identificados entre riscos e frases com poucas pausas (como a falta de vírgulas), Warner é muito mais organizado, exigente e racional. Ainda há resquícios do estilo poético característico da autora, mas nada comparado aos livros que trazem a perspectiva de Juliette.


Observar o mundo sob a perspectiva do “vilão” do primeiro livro é abrir caminho para novos horizontes. Esse conto serve para enfatizar que todos vemos o mesmo mundo através de diferentes janelas; o que é verdade para um, pode não ser a verdade para o outro. E confesso que é bem interessante ver como há mal entendidos e justificativas para algumas atitudes aparentemente avulsas que Warner teve no primeiro livro.


Particularmente, acredito que esta não é uma tentativa de limpar a imagem de Warner. Desde o começo ele se mostrou um personagem carismático, autêntico e cheio de camadas. Dentre todos os personagens apresentados em Estilhaça-me, ele foi o que mais me chamou atenção. Quem me acompanha há algum tempo sabe que meu gosto para personagens é um tanto duvidoso, talvez por entender que tais antagonistas (e anti-heróis) são mais complexos e, por vezes, mais elaborados que os mocinhos perfeitos — tal como o Adam (apesar que, em seu conto, ele se mostrou bem distante da imagem de príncipe em cavalo branco, pintada lá no início… mas isso falarei depois).


E apesar de prever que Warner tinha seus traumas, assim como Juliette, nada me prepararia para a verdade que ele escondia na cabeça, trancada no fundo de sua mente. Foi possível sentir a angústia, a sua dor. Ler tudo isso após “Liberta-me” fez a experiência melhorar em 200%, e me entristecer ainda mais. Não foi fácil ler sobre seu passado, sério! Me entristeci profundamente, talvez porque eu tenha criado um grande apreço pelo personagem. Mas mesmo àqueles que não gostam tanto de Warner começarão a vê-lo com olhos diferentes, isso eu garanto.


"[...] Passei a crer que o homem mais perigoso do mundo é aquele que não sente remorso. Aquele que nunca se desculpa e, portanto, não procura o perdão. Porque no final, são nossas emoções que nos torna fracos, não nossas ações."


Terminei o conto com uma visão bem mais humana do infame Aaron Warner. Entendendo seus motivos, suas ações. Claro que as justificativas não vão apagar seus erros como num passe de mágica, mas num mundo tão caótico, sob circunstâncias tão desesperadoras, cada um cria a guarda que pode — e Warner se vestiu com a máscara da indiferença. Mas e aí, será que podemos julgá-lo?





O que achei de "Fragmenta-me" #2.5?


Já o segundo conto, “Fragmenta-me”, traz a perspectiva de Adam com relação aos acontecimentos do segundo livro, “Liberta-me”. Preciso ser sincera e dizer que não sei bem como me sentir com relação à essas cenas extras, um prólogo de “Incendeia-me” — livro que me fez simplesmente odiar o Adam. Mas, ainda não vem ao caso.


O final de “Liberta-me” foi impactante e trouxe várias interrogativas, que foram pinceladas na perspectiva do primeiro amor de Juliette. Apesar de simplesmente detestá-lo, tenho que admitir que olhar cenas sob outras perspectivas é sempre refrescante, especialmente quando são narradas por personagens, que sempre repito: traz consigo as próprias opiniões e uma visão “contaminada” da realidade, diferente do que acontece normalmente em narrativas em 3ª pessoa.


Mas como sempre, a escrita da Tahereh Mafi está impecável, e se revela aqui um pouco mais informal e bem menos poética — o que achei sensacional, visto que Adam tem um jeito “bruto” de soldado, também diferente da linguagem utilizada em “Destrua-me”, que nos revela a mente de Warner. É simplesmente magnífico como a autora modifica e adapta sua escrita de forma que a personalidade do personagem permaneça fidedigna, sem perder a própria essência. Juliette é mais confusa. Warner é exigente. E Adam… bem, Adam é uma estranha contradição.


"[...] Eu não sei se minha fidelidade é para com James ou Juliette."


Enquanto no primeiro livro da série Estilhaça-me Adam era um cavalheiro em armadura de ouro e num cavalo branco, nesse livro nós percebemos que ele está longe, bem longe de ser a pessoa certa para Juliette. E pode parecer contraditório, mas gostei que ele tenha se revelado um personagem com camadas e imperfeições, porque sua proposta inicial era no mínimo tediosa — não é atoa que Warner conquistou o pódio em meu coração desde o princípio. Então não acho que esse conto tenha o intuito de fazer Warner parecer melhor, como algumas pessoas podem pensar. Acredito que o objetivo seja, na verdade, trazer um pouco mais dos holofotes para Adam! Afinal, se um Warner babaca conseguiu conquistar fãs, por que um Adam babaca não conquistaria?


É, comigo não rolou. Talvez seja porque a discrepância entre as personalidades e a profundidade do amor por Juliette é gritante quando comparamos os dois potenciais românticos. Enquanto Warner sente um oceano, Adam sente uma lagoa rasa — onde o romance do início já não cabe mais, não é o suficiente para preencher as necessidades de nenhum deles! Nesse conto, o soldado deixa muito claro que, na verdade, apesar da aparência calma e corajosa, ele também possui fragilidades e incertezas, o que não serei injusta: é perfeitamente normal, especialmente quando consideramos seu passado revelado em "Liberta-me" e as atuais circunstâncias.


"Não é bom fazê-la pensar que pode fazer esse tipo de coisa, quando pode acabar a matando. Ela não é um soldado, ela não sabe como lutar, e ela não faz ideia de como usar seus poderes, não realmente, o que faz as coisas piores. É como dar a uma criança uma banana de dinamite e dizer a ela para andar no fogo."


Mas o ponto é que ele não parece acompanhar a evolução de Juliette. Na verdade, ele não quer acompanhá-la, vê-la florescer e se tornar independente. O que Adam quer é alguém que dependa dele, assim como seu irmãozinho depende. Essa é a forma que ele encontrou para sobreviver em meio às próprias feridas. E particularmente, acho incrível como cada personagem tem seus meios únicos de lidar com a dor.


Por enquanto, isso é tudo o que tenho a dizer sobre "Fragmenta-me", tendo em vista que, até esse ponto, Adam ainda não havia rolado ladeira abaixo.




Se interessou pelos contos de Estilhaça-me?



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Quem sabe você não encontra sua próxima leitura por aqui?

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Graduanda em Letras de Língua Portuguesa e Inglesa, escritora, revisora e leitora assídua, criei meu Instagram Literário em fevereiro de 2022 para compartilhar meus surtos e experiências literárias. Decidida a trabalhar com o que mais gosta, criei também este blog para profissionalizar ainda mais as resenhas e trazer visibilidade para a literatura nacional! ♥

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