ESTILHAÇA-ME | Tahereh Mafi #1

Bela Calli

22 de mar. de 20224 min de leitura

Essa foi minha primeira resenha de um ebook e, com certeza, uma das melhores surpresas que tive nesse mês de março. Devorei as páginas em três dias e, quando terminei, só pensava em como eu queria continuar a série e precisava do livro físico nas minhas mãos!

Primeiro, vamos por partes!

Se você ainda não conhece essa obra incrível da Tahereh Mafi, continue a leitura que te explico um pouquinho sobre o livro antes de começarmos com a resenha, combinado?

"Estilhaça-me" é o primeiro livro da série de mesmo nome, da autora Tahereh Mafi, autora best-seller do New York Times, publicada em 22 países. Em 2020, a editora Universo dos Livros trouxe a obra de 352 páginas para o Brasil, onde vendeu mais de 150 mil exemplares. Um livro de fantasia recheado de momentos eletrizantes e com um gostinho de quero mais!

Sinopse

Um toque é o bastante. Com apenas um toque, Juliette Ferrars é capaz de fazer um homem adulto se ajoelhar de dor e implorar por misericórdia. Um único toque de Juliette pode matar. Ninguém sabe por que a garota tem um poder tão impressionante, o qual ela acredita ser uma maldição, um fardo que uma pessoa sozinha seria incapaz de carregar. Contudo, o Restabelecimento enxerga essa característica como um dom e passa a vê-la como uma oportunidade – uma oportunidade de usá-la como arma letal. Porém, Juliette tem seus próprios planos.

O que você encontrará nesse primeiro livro?

Uma distopia de tirar o fôlego!
Um estilo narrativo único que nos faz mergulhar nos pensamentos da protagonista!
Uma protagonista poderosa que não conhece o próprio poder;
Um vilão cativante (Warner é tudo?! ♥)
Um fastburn (romance rápido) com pitada de friends to lovers!

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O que achei de Estilhaça-me

Livro Estilhaça-me — Foto autoral | Bela Calli

"Estilhaça-me" é o ponto de partida para uma experiência marcante que te leva diretamente para dentro dos personagens. Um bilhete de primeira classe na mente da nossa frágil protagonista que desconhece afeto, amor e liberdade. Juliette Ferrars está presa em um manicômio há exatos 264 dias, mas está solitária há muito mais tempo. Ela não está louca, mas sua existência é marcada por uma cruel verdade: o seu toque pode matar.

No entanto, sua rotina muda completamente quando o novo colega de cela, Adam, entra em sua vida.

"Estamos os dois sozinhos, os dois existindo como a ausência de alguma coisa".

A premissa é realmente interessante. Começamos o livro com uma personagem extremamente estilhaçada que não toca ninguém há anos. A sua angústia é expressada através de uma narrativa desordenadamente bonita, marcada por frases riscadas que expressam as contradições e pensamentos intrusivos da protagonista. Até a ausência de vírgulas em alguns parágrafos serve para nos demonstrar a ansiedade de Juliette que nos narra a história da sua vida caótica sob sua perspectiva. Devo admitir que o trabalho da autora nesse quesito é impecável! É possível sentir a angústia dos pensamentos desenfreados, uma representação fidedigna de problemas e amarras psicológicas.

Em geral, o ritmo do livro é rápido. Os acontecimentos se desenrolam muito facilmente, especialmente o envolvimento emocional e o relacionamento que nasce entre Adam e Juliette. Isso pode incomodar muito os leitores que desgostam de um romance instantâneo, mas ao meu ver, esse é apenas um reflexo da personalidade da própria protagonista que, devido à ausência de toque e amor, encontrou refúgio para a solidão na primeira pessoa capaz de tocá-la. Ela é uma personagem fragilizada, ingênua. Ouso dizer que adentrou a adolescência sem nunca ser tocada por um rapaz (imagine sendo um soldado extremamente atraente como Adam?) e essa compreensão tornou a atitude da garota bem coerente.

"Às vezes, me pego tão desesperada por tocar por ser tocada por sentir algo que tenho certeza de que vou cair de um penhasco."

Ela ansiava por calor humano. Ela estava carente! Mas e quanto a Adam? Até que gostei de Adam — em certas doses. Poderia gostar mais, é claro. Infelizmente não sou fã de relacionamentos relâmpagos, e esse envolvimento súbito me causou muitas suspeitas com relação a ele. Posso entender a dependência emocional de Juliette, mas não encontro razões suficientes para justificar o comportamento de Adam, mesmo sendo explicado a relação deles antigamente. Outro fator que diminuiu muito meu apreço pelo personagem (e a torcida pelo casal) foi a aparição de Warner, o psicopata.

Eu tentei não gostar de Warner, juro. Minha intenção não é ignorar as atitudes extremamente questionáveis do personagem, apenas sinto que há algo mais ali. Qual o motivo por tamanha obsessão por Juliette? Quais são seus verdadeiros intentos? Desejo muito conhecer mais desse personagem. Ao contrário de Adam, ele despertou muito mais minha curiosidade.

Com relação ao cenário distópico, achei bem interessante a forma que os humanos destruíram nosso planeta e a situação caminhou para tamanha precaridade. Me fez refletir e assustar com a hipótese de um futuro parecido. Imagine perder nossa história, queimar nossos livros? Aguardo ansiosamente para conhecer mais desse mundo e do Reestabelecimento que impera sob ameaças e terror.

Bem, "Estilhaça-me" é realmente uma obra que me surpreendeu e me fez devorar em pouquíssimos dias. Virei a última página e pensei "quero mais". Sim, eu preciso de mais. Estou realmente curiosa para saber o destino daquele mundo, daqueles personagens, testar minhas teorias e ver a evolução de Juliette que sim, está crescendo num processo lento e gradativo, mas tenho certeza que terá frutos nos próximos livros.

Então... é só isso?

Sim! Mas calma!... Sei que a resenha ficou um pouco curta, no entanto, ainda há muita história para ser contada nos livros seguintes, especialmente sobre o desenvolvimento das personagens.

Desvencilhando o primeiro livro das sequências, essas são as palavras que posso compartilhar sobre minha experiência, sem revelar demais o que te espera.

Eu falei muito mais na sequência da série. Ficou curioso? Então vem espiar minhas considerações sobre o segundo livro, "Liberta-me".