Só (não) me deixe | Ana Roza

Bela Calli

23 de jun. de 20225 min de leitura

A resenha de hoje foi possível graças à autora, que confiou no meu trabalho e me permitiu conhecer esse livro incrível, envolvente e encantador! Por isso, o meu mais profundo agradecimento Ana! ♥

"Só (não) me deixe" é um livro da autora Ana Roza, publicado na Amazon em junho deste ano (2022). Com 423 páginas, aborda temáticas de amadurecimento e amizade, além de destacar o automobilismo. É um romance contemporâneo e comédia romântica que irá aquecer o seu coraçãozinho!

Sinopse

Mavi Anne Perrin sabe o que quer, mas não tem ideia de por onde começar. Oito anos depois de ter sido abandonada, aos dez anos de idade, na porta de um orfanato, ela está pronta para encarar o mundo, mesmo ciente de como este pode ser cruel. No entanto, para sua surpresa, Mavi Anne descobre um pequeno pedaço lindo e glamuroso desse mundo: o Principado de Mônaco.

Hospeda-se em uma charmosa pousada em Monte Carlo e logo consegue um emprego de garçonete no restaurante do outro lado da rua, mas a realidade do custo de vida luxuoso do lugar a obriga a repensar sua estadia. Mavi precisa juntar dinheiro e partir para o seu próximo destino quanto antes, porém, quando conhece Kalil Faez, sua decisão se torna mais difícil.

Kalil Jean Martin Faez sempre foi o menino de ouro, e sempre mereceu esse título. Sendo filho de um dos pilotos mais amados da Fórmula 1, é esperado que um dia supere seu pai. Kalil se prepara para isso há anos, mas agora que está prestes a acontecer, sente algo que nunca se permitiu sentir antes. Kalil sente medo.

Ele não pode arriscar perder a chance de sua vida, mas também não sabe como isso influenciará o seu futuro. Por isso, quando conhece Mavi Anne, encontra um refúgio longe das pistas.

O que os dois não esperam é ter suas vidas transformadas devido à uma proposta repentina.

O que você encontrará?

Um romance nacional de aquecer o coração!
Um slow burn com o shipp perfeito;
Secundários fofos;
Automobilismo;
Kalil ❤️

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E o que eu achei de "Só (não) me deixe"?

Só não me deixe Ana Roza — Reprodução por Bela Calli

"Só (não) me deixe" foi uma agradável surpresa. Para ser honesta, não tenho lido muito romance nos últimos tempos, mas o livro me cativou de imediato e quando percebi, devorei todas as suas páginas em surpreendentes dois dias. E claro, acabei inevitavelmente shippando o casal principal com força e sofri bastante até o final da história.

" — As estrelas estão brilhando de novo, Kal. Em seus olhos."

Narrado em terceira pessoa, acompanhamos dois personagens que são, aparentemente, muito diferentes um do outro: Mavi, uma protagonista forte e independente que teve uma infância difícil e passou quase uma década almejando a liberdade. Do outro lado, temos Kalil, nosso outro protagonista, um piloto profissional que, apesar de nascer em berço de ouro, possui uma humildade contrastante à extravagância de Mônaco.

Uma das coisas que mais me cativou foi, sem dúvidas, a cumplicidade entre os protagonistas e a forma que eles se compreendem, mesmo pertencendo a mundos tão distintos. Talvez, seja melhor dizer que eles se completam; enquanto Mavi necessita do afeto e do sentimento de pertencimento que Kalil pode oferecê-la, ele se fortalece com a determinação e coragem que ela propicia. É uma relação pura e cheia de aprendizado para ambos os lados.

[...] "— Você é como um anjo, Mavi Anne.

— Sou seu anjo da guarda. Basta você gritar e vou voando te salvar.

— Por algum motivo louco, eu consigo acreditar nisso."

Os personagens secundários também valem ser mencionados, principalmente porque eles possuem papel fundamental na história e no desenrolar dos fatos. Primeiro, quero falar da família de Kalil que é simplesmente um amor! Eles são pessoas que te acolheriam com um abraço caloroso e te receberia com um sorriso radiante; especialmente a Fran, avó do piloto e dona da pousada que recebeu nossa querida protagonista quando ela chegou em Mônaco com as pouquíssimas economias. Depois da Fran, ouso revelar que meu segundo coadjuvante favorito é o Gabriel, melhor amigo de Kalil e seu maior rival nas pistas.

Outro ponto que vale destaque são as corridas. A autora se esforçou muito para que até mesmo leigos como eu, que não entende absolutamente nada de Fórmula 1, pudesse entender o esporte e se encantar também. As cenas que focam na temática foram tão bem redigidas que me senti quase na arquibancada torcendo pelo Kalil (desculpa, Gabriel). É por isso que, caso você tenha algum receio quanto essa temática, não se preocupe, caro leitor, pois o entusiasmo dos personagens — e da própria autora — também vai te contagiar.

[...] "Mavi jogou os braços para o alto e comemorou, enquanto a luta entre os dois continuava pela pista. Nos últimos segundos da corrida, Kalil permanecia lutando para se manter em primeiro."

E talvez você esteja se perguntando sobre o romance e, bem... você terá que esperar um pouco. Particularmente, eu prefiro os "slow burn" (basicamente, aqueles romances que demoram para acontecer) e nesse livro, nós temos dois "amigos" gritando tensão o tempo todo! Talvez seja pela química forte e os avanços físicos lentos que tenha o tornado, até o momento, meu shipp preferido. E mesmo no decorrer do livro, após uma reviravolta bombástica no desenvolvimento da história, eu continuei shippando... ainda que, claro, uma parte de mim gostou das patadas e da lei do retorno (o que posso dizer? Amo um enemies to lovers).

E sobre isso, por ora me contenho. Não quero revelar demais, pois gostei — e muito! — do elemento surpresa, das mudanças que recaíram sobre a vida dos nossos protagonistas, da quebra de expectativa e reviravoltas que caíram perfeitamente na trama! Pessoalmente, não concordo com certas atitudes tomadas (em ambos os lados), e surtei algumas várias vezes, apesar de entender os motivos que os levaram a escolher tais caminhos. De qualquer forma, é preciso lembrar que são duas pessoas muito jovens, com pouca experiência real de vida, portanto, erros são suscetíveis e compreensíveis... (mas ainda passei raiva).

[...] " — É claro que eu ligo! Você está sendo infantil. Não adianta agir como se nada tivesse acontecido!

Mas Kalil fingiu que já não a escutava mais e voltou a dirigir. Eles haviam empatado."

Em geral, posso dizer que a história é muito bem estruturada. A escrita da autora deixa a narrativa leve e deliciosa, tanto que li por horas a fio e não me senti nem um pouco cansada. E claro, a reviravolta que antecede a "parte 2" com certeza deu um gás extra para minha maratona. E como tudo é dosado com muito cuidado e na medida certa, você nem vai reparar quando pular para a palavrinha: "fim".

"Só (não) me deixe" é um livro que vai além de shipps e romances... e você certamente precisa ler isso! Ele fala sobre amadurecimento e como nossas escolhas do presente influenciarão nosso futuro e as pessoas ao redor; fala também de perdão, força e, claro, automobilismo!