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"Liberta-me" | Tahereh Mafi #2

Bela Calli

Finalmente criei vergonha e fui ler a continuação de "Estilhaça-me", após uns 5 meses. Sim, sei que demorei... mas comecei uma maratona da série porque sou um tanto aleatória. E deu certo, me viciei de jeito.

Bem, quero dizer que se você, meu amado leitor, ainda não leu minha resenha do primeiro livro da série, dá uma passadinha lá e depois volte aqui.


Não preciso dizer que esse post é um prato recheado de spoilers, preciso?

Se você ainda não leu Estilhaça-me e não gosta de spoilers, recomendo que fique apenas na primeira resenha mesmo. Também recomendo que não leia, ela entrega pontos importantes que aconteceram no primeiro livro. Tudo bem?


Se você já leu, ou não se importa... Rola para baixo e continua comigo ♥


Como mencionei, "Liberta-me" é o segundo livro da série "Estilhaça-me", da autora Tahereh Mafi, best-seller do New York Times, publicada em 22 países. Em 2020, a editora Universo dos Livros trouxe para o Brasil as 448 páginas de ação, conflitos e romance presentes nessa eletrizante sequência.


Sinopse

O emocionante segundo volume da série Estilhaça-me chega repleto de ações arriscadas e um romance tentador.


Após escapar do Restabelecimento e encontrar a sede da resistência rebelde – um lugar para pessoas com dons, como ela –, Juliette enfim se sente livre… livre do plano de ser usada como arma e livre para amar. Mas ela nunca estará livre de seu toque letal. Nem da guerra que se aproxima.

Assombrada pelo passado e aterrorizada com o futuro, ela sabe que precisa tomar decisões capazes de mudar sua vida, entre o que quer e o que acredita ser correto. Decisões que podem envolver escolhas entre seu coração e a vida de alguém.


O que você encontrará nesse segundo livro?


  • Exploração do cenário distópico do mundo.

  • Retorno do seu estilo narrativo único e poético, com uma significante diminuição das frases riscadas.

  • A protagonista conhecendo outros personagens com poderes.

  • Início de um triângulo amoroso!

  • Retorno de Warner ♥


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O que achei de Liberta-me?


Livro Liberta-me
Foto autoral por Bela Calli

Juliette finalmente conseguiu escapar do Reestabelecimento e encontrar a sede da resistência rebelde. Nesse livro, ela encontra pessoas que, assim como ela, possui dons —, apesar de ainda se manter refém dos próprios anseios. No segundo livro da saga "Estilhaça-me", nossa protagonista ganha mais confiança e liberdade. Mas será que ela está realmente livre?


"Não somos aberrações. Somos inevitabilidades das perversas manipulações de nossa Terra. Nossa Energia veio de algum lugar, ele disse. E algum lugar é no meio do caos ao nosso redor."


"Liberta-me" seguiu a previsão que eu já esperava. Juliette no início era uma menina frágil, pronta para se estilhaçar ao simples contato. Seu toque podia machucar. Podia matar! Não havia amor, afeto ou calor humano. Esteve trancada numa cela por anos, completamente só. Não tinha ninguém com quem conversar. Não tinha nada a fazer, exceto escrever em seu diário e imaginar um futuro melhor. Não me surpreendeu seu apego rápido ao Adam. Conforme mencionado na resenha anterior, foi bem coerente. Adam era a única pessoa que poderia tocá-la! Até não ser mais.


Não nego que Warner me conquistou desde o início. Não senti raiva, como a maioria dos leitores sente nesse primeiro contato, pois meu gosto para personagens é um tanto duvidoso. O que eu não imaginava é que esse simples "gostar" se intensificaria no segundo livro ao ponto de torná-lo o meu personagem preferido. Warner é alguém quebrado, não há dúvidas nisso. Mas sua infância foi terrível, e seu pai é simplesmente um monstro. No conto dedicado a ele, "Destrua-me", conseguimos adentrar um pouco mais em sua mente, pois é narrado sob sua perspectiva. Acho curioso como a narrativa em primeira pessoa influencia tanto nossa percepção sobre os fatos.


"Tenho de ficar me lembrando de que Warner e eu somos dois mundos diferentes. Somos sinônimos, mas não somos iguais."


Mas falando sobre narrativa, "Liberta-me" tem um ritmo mais lento em comparação ao primeiro livro. Dessa vez, gostaria que tivesse sido um pouquinho mais rápido como o outro, especialmente quando o foco caía sobre a relação de Adam e Juliette. Talvez seja um pouco tendencioso da minha parte, eu sei. Warner é meu personagem alegadamente preferido e não há dúvidas que prefiro o relacionamento de Juliette com seu inimigo. E apesar de compreender que esse processo um tanto dramático que envolve o primeiro casal da obra é necessário, em alguns momentos senti uma leve irritação. Mais da metade do livro é sobre esse amor que parecia perfeito a princípio, mas há camadas e segredos ainda não ditos. Então demora um pouco para que Juliette tome sua decisão. Decisão essa importantíssima para seu desenvolvimento.


O estilo único da autora parece ganhar mais destaque nesse livro. Sua escrita é profunda, intensa, carregada de figuras de linguagem como hipérboles (algo nitidamente exagerado), metonímias (uma palavra fora do seu contexto semântico normal) e principalmente metáforas. Em "Estilhaça-me" essa característica se ofuscava pelas frases riscadas e falta de pontuação, que evidentemente indicavam a desordem interna de Juliette. Já nesta sequência, onde a protagonista está mais madura e independente, seus pensamentos ganham mais confiança e são bem menos riscados e atropelados.


"Este planeta é como um osso quebrado que não voltou ao lugar certo, cem pedaços de cristal colados. Fomos estilhaçados e reconstruídos, disseram-nos para nos esforçarmos todo dia e fingirmos que ainda funcionamos da maneira como deveríamos. Mas é mentira, é tudo mentira; cada pessoa lugar coisa e ideia é uma mentira. Eu não funciono do jeito certo."


A evolução dela foi um pouco lenta, mas coerente. Não podemos nos esquecer que a garota passou anos confinada e acreditando ser um monstro. Não é atoa que sua resistência contra violência seja tão forte. O problema é que essa característica, por mais pura e correta que seja, não se encaixa no atual cenário mundial qual estão inseridos. O Reestabelecimento oprime, mata. Eles estão prontos para subjugar e se armar ao simples pensamento de rebelião. Nesses momentos, sua relutância em conhecer a si própria é uma fraqueza e um erro. E sua instabilidade se dá justamente por desconhecer a própria força e tentar reprimi-la, ignorá-la — algo que inclusive foi apontado pelo próprio Kenji.


Em geral, os personagens secundários de Estilhaça-me também ganham mais destaque nesse livro. Apesar de Kenji ter seu momento no primeiro livro, sua presença é muito mais intensa aqui. Se tiver de hierarquizar os meus preferidos, tenho que admitir que Kenji ficaria em segundo lugar. Ele é cativante e, de certo modo, o alívio cômico. Sua personalidade radiante me arrancou boas risadas, especialmente quando a tensão envolvendo Adam e Juliette estava ficando maçante. Devo dizer que ele é o indivíduo mais racional e coerente aqui. As suas colocações são tão perfeitas que parei a leitura para bater palmas. Espero que ganhe ainda mais palco nos demais livros.


"Estou começando a perceber que ele é uma das pessoas de que mais gosto neste planeta e estou muito feliz por ele estar bem. Estou muito feliz por ele ser meu amigo."


"Liberta-me" foi realmente um livro esclarecedor e necessário para a nova fase de Juliette. Agora, é hora de vermos sua independência, sua evolução, sua força. E bem, não vou negar... estou ansiosa para vê-la incendiar tudo.



A próxima resenha será de "Unifica-me", que traz dois contos, "Destrua-me" (conto 1.5) e "Fragmenta-me" (conto 2.5) da série. Se quiser uma opinião, recomendo que leia "Unifica-me" após os dois primeiros livros, assim como eu.


Em breve, prometo!


Se interessou por Liberta-me da Tahereh Mafi?



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