A Hipótese do Amor | Ali Hazelwood

Bela Calli

27 de ago. de 20225 min de leitura

A resenha de hoje é uma das leituras escolhidas para o mês de agosto do clube de leitura que participo! Infelizmente não tive tempo de ler no mês anterior, por isso priorizei as leituras do clube. Logo, sai a resenha do segundo livro escolhido também!

"A Hipótese do Amor" é um livro da autora Ali Hazelwood, publicada no Brasil pela editora Arqueiro, em julho de 2022! São 336 páginas de romance contemporâneo e uma deliciosa comédia romântica, com claro, uma pitada de hot!

Sinopse

Quando um namoro de mentira entre cientistas encontra a irresistível força da atração, todas as teorias cuidadosamente calculadas sobre o amor são postas à prova.

Com personagens cativantes e diálogos afiados, este livro engraçado, sexy e inteligente se tornou uma das grandes sensações do TikTok.

Olive Smith, aluna do doutorado em Biologia da Universidade Stanford, acredita na ciência – não em algo incontrolável como o amor.

Depois de sair algumas vezes com Jeremy, ela percebe que sua melhor amiga gosta dele e decide juntá-los. Para mostrar que está feliz com essa escolha, Olive precisa ser convincente: afinal, cientistas exigem provas.

Sem muitas opções, ela resolve inventar um namoro de mentira e, num momento de pânico, beija o primeiro homem que vê pela frente.

O problema é que esse homem é Adam Carlsen, um jovem professor de prestígio – conhecido por levar os alunos às lágrimas. Por isso, Olive fica chocada quando o tirano dos laboratórios concorda em levar adiante a farsa e fingir ser seu namorado.

De repente, seu pequeno experimento parece perigosamente próximo da combustão e aquela pequena possibilidade científica, que era apenas uma hipótese sobre o amor, transforma-se em algo totalmente inesperado.

O que você encontrará?

Uma narrativa leve e divertida voltada para o público jovem!
Uma comédia romântica que te arrancará boas risadas;
O livro se passa no ambiente acadêmico, com protagonistas cientistas!
Para quem gosta de tropes literárias, temos um super fofo "grumpy/sunshine" ♥

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O que achei de "A Hipótese do Amor"?

"A Hipótese do Amor" foi um daqueles livros que, honestamente, eu tinha zero expectativas. Não sei bem ao certo o que me causou essa primeira impressão um tanto apática, mas percebi, logo nas primeiras páginas, que eu não poderia estar mais errada.

“Quando me for dada a possibilidade de escolher entre A (uma situação ligeiramente incômoda) e B (um pandemônio de grandes proporções com consequências desastrosas), eu vou acabar, inevitavelmente, optando por B.”

Quando nossa protagonista, Olive, percebe que sua melhor amiga e o cara que ela saiu algumas vezes estão interessados um pelo outro, ela decide incentivá-los a engatar um romance. No entanto, Ahn — a amiga em questão — está crente que Olive ainda tem sentimentos pelo rapaz. Para provar que havia "seguido em frente", a solução que ela encontrou foi fingir um encontro... e beijar o primeiro cara que aparecesse na frente.

O problema é que Olive beijou o infame Dr. Adam Carlsen, conhecido por ser o professor mais babaca e sem coração. E com a dose certa de fofoca, todos ficaram rapidamente sabendo do suposto relacionamento entre Olive e Adam. Por conveniência, onde cada um tem seus próprios motivos, inicia-se um dos fake dating mais deliciosamente divertidos que já li.

Acho que o principal motivo pelo qual esse livro se tornou sucesso entre os jovens, é justamente pela sua narrativa leve e bem divertida. O humor é um elemento muito marcante, seja na própria narração ou na interação dos personagens. Me surpreendi com o fato de que, apesar de haver alguns mal-entendidos na história, eles não tornam o fluxo lento ou arrastado — tudo é perfeitamente dosado, como se tivesse sido realmente feito num tubo de ensaio (rs). Normalmente fico angustiada com plots assim, onde o casal não conversa. Isso não aconteceu em "A Hipótese do Amor" e creio que seja porque, apesar dos desentendimentos, tudo é lidado de forma bem prática.

Um ponto bem legal que acho um diferencial no livro é que, apesar de trazer como tema a ciência e o meio acadêmico, tal como o doutorado, essas são questões retratadas também de forma muito simples. O público-alvo é realmente jovens adultos, por isso que, mesmo abraçando um lado mais científico e envolvendo pesquisas como, por exemplo, "mais agilidade na detecção de câncer de pâncreas" — pesquisa essa que nossa protagonista se dedica ao longo da história —, é tudo feito de maneira descomplicada. A autora torna o ambiente bem divertido e foca mais na relação dos personagens, deixando as questões mais técnicas como pano de fundo para um romance de esquentar o coraçãozinho.

Devo dizer que me apeguei muito aos personagens, especialmente ao Adam que me conquistou com seu mau humor constante. Apesar do jeito ríspido, é nítido que ele controla o temperamento quando se trata de Olive. Na verdade, é quase como se ela fosse o seu calmante natural. Apesar da fama de babaca (que nasceu pelas suas críticas mais que duras aos seus alunos), Adam se mostrou um homem compreensível, até mesmo gentil! É óbvia a preocupação com Olive, especialmente quando faz o possível para agradá-la (mesmo que envolva comprar o latte de abóboras e especiarias que ele detesta, e tomar chá de camomila)

“– … Ele vai querer um chá de camomila. Sem açúcar – completou, alegre.

Imediatamente Olive deu alguns passos para o lado a fim de evitar o estrago caso Adam decidisse jogar uma placa de Petri nela. Ficou surpresa quando ele entregou o cartão de crédito calmamente para o rapaz atrás do balcão. Até que ele não era tão mau quanto todo mundo dizia.

– Eu odeio chá – disse ele. – E camomila.

Olive abriu um sorriso para ele.

– Que pena.

– Engraçadinha.”

Acho importantíssimo acrescentar que a autora trouxe para a trama questões super importantes, como personagens engajados com organizações de apoio às mulheres acadêmicas, e a menção do Título IX — uma lei federal americana que, dentre muitos outros objetivos, visa proteger os acadêmicos contra agressão e assédio em instituições. Nesse sentido, foi muito bem posicionado, considerando que a história traz também uma situação de assédio. Inclusive, essa cena trouxe um amargo na boca.

Foi realmente revoltante a atitude em questão. Senti tanta raiva, ódio, indignação, repulsa. Mas infelizmente, muitas mulheres encontram cenários parecidos quando são inseridas em ambientes onde há prevalência de homens. É por isso que, na minha visão, a autora retratar dessa forma e trazer consequências reais e palpáveis para o desfecho é tão importante. E certamente tal postura influenciou positivamente na minha visão do livro!

“Na comparação com diferentes tipos e modelos de móveis, o colo de Adam Carlsen está no quinto percentil dos mais confortáveis, aconchegantes e agradáveis.”

E se eu havia me surpreendido com o espaço absurdo que esse livro alugou na minha cabeça, nada poderia me preparar para o hot desse livro! É uma cena bem intensa e, diga-se de passagem, explícita. Um verdadeiro hot de respeito! Quem diria que um livro de capa fofa esconderia tamanha intimidade e química? Eu fiquei realmente sem palavras.

Enfim, “A Hipótese do Amor” foi realmente um livro marcante, daqueles que dificilmente esquecerei e provavelmente recomendarei quando surgir a oportunidade. Me empolguei tanto durante a leitura, que sinto ter terminado rápido demais. Dei boas gargalhadas e me diverti bastante ao longo dessa história. Com certeza, perfeito.