Resenha | A Casa Torta
Essa é mais uma leitura do nosso bookclub (pode clicar aqui para ser direcionado à pagina do instagram), e o livro da vez é um clássico da Agatha Christie, considerado por ela um dos seus melhores livros.
![Autora Agatha Christine](https://static.wixstatic.com/media/a2b207_b82d0b5b4e25459c9598d7301f34bb39~mv2.png/v1/fill/w_347,h_397,al_c,q_85,enc_avif,quality_auto/a2b207_b82d0b5b4e25459c9598d7301f34bb39~mv2.png)
Se você não conhece a autora, tudo bem! Usarei informações do site Ebiografia para dar uma leve pincelada. Agatha Christie (1890-1976) foi a maior escritora policial de todos os tempos, com 93 livros e 17 peças teatrais! Seu nome está envolto em algumas polêmicas, mas não entrarei nessa pauta aqui. Seus livros mais famosos são: "Assassinato no Expresso do Oriente"; "O Assassinato de Roger Ackroyd"; "E não sobrou nenhum"; O Misterioso Caso de Styles"; e o livro que trouxe hoje: "A Casa Torta".
Então, se pouco sabe sobre Agatha, talvez esteja se perguntando sobre o livro.
"A Casa Torta" é um romance policial publicado originalmente em março de 1949! No Brasil, destaco a edição pokect, publicada em 2011 pela L&PM.
A sinopse é direta quanto à premissa:
Nos arredores de Londres há uma mansão com uma inusitada característica - ela é torta. É ali que o milionário octogenário Aristide Leonides mora com a esposa, cinquenta anos mais jovem, além de filhos, noras, netos e uma cunhada, irmã da primeira mulher. Quando a polícia descobre que o patriarca foi envenenado, todos os habitantes da casa se tornam suspeitos, e a discórdia passa a imperar entre os membros da família - sobretudo, olhares desconfiados recaem sobre a jovem viúva. A neta mais velha de Aristide, Sophia, junta-se ao namorado para tentar chegar ao fundo do mistério sobre a morte do avô.
![Livro "A Casa Torta" da Agatha Christine](https://static.wixstatic.com/media/a2b207_424a1eabcd6541cdb11c4cca9c688a91~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_980,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/a2b207_424a1eabcd6541cdb11c4cca9c688a91~mv2.jpg)
Tá, e o que eu achei?
Comecei a leitura despretensiosamente, sem saber o que esperar. Foi também minha primeira leitura de Agatha Christie. No começo, me encontrei no direito de permanecer neutra, sem julgar ninguém pelas aparências.
Quem está familiarizado com o gênero policial, sabe que, em casos onde todas as evidências apontam para um personagem, 98% das vezes ele não é o assassino. Então, quis conhecer mais os personagens, compreender suas mentes e possíveis motivos. O problema é que... não encontrei nenhum.
A meu ver, nenhum membro da família Leonides tinha motivos o suficiente para matar o velho Aristide. E ao passo que conhecia mais os personagens — que são um tanto caricatos —, não construí uma afinidade verdadeira com nenhum deles, tampouco com o narrador-personagem, Charles, que adentrou na “casa torta” a fim de ajudar na investigação e se casar com Sofia, neta do falecido e possível suspeita (ainda que Charles se negue a considerá-la). Claro, alguns pareciam suspeitos a princípio, mas nada que me gritasse um alerta. Parecia uma família "comum", com seus defeitos e particularidades.
Acrescento também que a narrativa é longa. Não no sentido físico, considerando que são 181 páginas, mas na forma lenta que se dá os acontecimentos. A história se passa praticamente inteira na casa, com personagens excêntricos e quase nenhuma reviravolta. Creio que a intenção foi passar — pois, passou, de fato — uma sensação de claustrofobia. Um deles era o assassino e, ainda assim, tinham de ficar sob mesmo teto com alguém sem escrúpulos o suficiente para matar um velho de quase noventa anos.
Nos 30% finais, o livro ganhou um novo ritmo que eu gostei. O desfecho se encaminhava e, consequentemente, a revelação do assassino. Nesse ponto, eu já tinha minhas suspeitas em um personagem específico, mas nunca imaginei que erraria tão feio. O final me trouxe um borbulhão de emoções diferentes. Surpresa, incredulidade e, principalmente, um amargo gosto de impunidade.
Apesar de tudo, posso compreender porque "A Casa Torta" é tão aclamado. Costumo acertar nos meus palpites, mas não esperava que o assassino estivesse bem debaixo do meu nariz, tão óbvio. O livro conta com poucas reviravoltas, mas o plotwist final me surpreendeu imensa e positivamente. Gosto da sensação que o inesperado traz... ainda que não goste muito de errar no palpite. É certamente uma deliciosa controvérsia.
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