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A Flora e o Mar | Andreza Duarte

Bela Calli

Essa resenha foi possível graças a uma parceria com a autora e vários outros bookstagrams. Foi uma honra participar desse projeto, Andreza! Agradeço imensamente por ter sido selencionada ♥



Começarei falando um pouco sobre o livro, então. "A Flora e o Mar" é um livro da Andreza Duarte, publicado na Amazon, em julho de 2022. São 494 páginas de romance e fantasia. A classificação indicativa é +18 anos. Contém cenas de luto, violência obstétrica e violência neonatal. Por isso, fica o aviso de gatilho.



Sinopse

Fruto de um amor proibido, Mia é a única híbrida do planeta. Ao ser surpreendida por um jovem caçador, é obrigada a aceitar sua ajuda, o que a leva direto para o lar da tribo rival. A partir de então, ela precisará esconder a verdade sobre quem é e enfrentar o desafio de fingir ser um deles.


Uma vila transformada em ruínas, dois povos separados e um mundo de segredos enterrados no passado; mas era o futuro que estaria prestes a surpreendê-la.



O que você encontrará?


  • O bom e velho enemies to tovers e tribos rivais!

  • Uma fantasia e worldbuilding muito bem construído!

  • Representatividade indígena

  • E claro: amor proibido para destroçar nosso coração!


O que achei de "A Flora e o Mar"?


Livro A Flora e o Mar
Foto autoral | Bela Calli

“A Flora e o Mar” é um daqueles livros diferentes que te encanta a alma. É uma história sobre amor em suas mais diversas formas.


Antes de falar um pouco sobre a premissa, acho importante uma breve contextualização. Esse universo de fantasia traz uma grande representatividade indígena, incluindo até palavras de origem Tupi para enriquecer a narrativa. Aqui acompanharemos duas tribos e vários personagens ao longo da história.


"— Você é a minha flora — sussurrou a moça.

Adamo sorriu.

— Você é o meu mar."


Amanara significa, em Tupi, “dia chuvoso”. Eles são o povoado do mar e são capazes de manipular a água. Possuem, como característica, a ponta das orelhas pontudas azuis.


Tucurané, por sua vez, quer dizer “amigo da árvore” — e como o próprio significado sugere, é o nome da tribo da flora. São exímios arqueiros (apesar de vegetarianos) e a ponta das orelhas são verdes.


Dito isso, também gostaria de ressaltar que a história possui dois focos narrativos: o “presente”, que tem como centro Iuri e Mia. E o “passado”, que traz a antiga cidade de Concórdia, há mais de 20 anos, quando ambas as tribos ainda viviam em harmonia lá.


Pois bem, logo no começo somos apresentados a Iuri, um jovem caçador amanara, e Mia que, com sangue tucunaré e amanara correndo em suas veias, é o único ser híbrido do planeta. O problema é que, além da atual rivalidade, a relação amorosa entre tribos também é expressamente proibida — fato que a leva esconder sua verdadeira identidade quando os caminhos deles se cruzam. Por ela estar fraca demais (e pensando se tratar de uma amanara), Iuri a leva até a sua vila… um local que Mia jamais imaginou pisar.


"Quero que fique comigo porque amo você, Mia, e todas as suas cores."


Em paralelo à isso, acompanhamos também, no passado, Jaciara e Adamo, uma amanara e um tucunaré, respectivamente, que vivem discutindo, mas carregam sentimentos conflituosos com relação às tribos, às regras e também a si mesmos. Devo dizer que achei fascinante aprender sobre a dinâmica das tribos, em como eles se completavam e coexistiam, além de me perguntar também o que levou à destruição de Concórdia e separou os povoados sob uma frágil trégua.


Na verdade, eu amei toda a construção daquele mundo, as características de cada tribo, a riqueza de detalhes e também as pistas que a autora vai colocando na narrativa de forma discreta, mas que faz parte do grande plot que nos aguarda. Como grande fã de Sherlock Holmes que sou, fui pegando as informações e bolando minhas teorias que, para minha felicidade, se provaram corretas no final. No entanto, nada foi capaz de me preparar para as reviravoltas que esse livro dá.


O romance traz o que mais gosto (e não é segredo para quem me acompanha): um bom enemies to lovers. A rivalidade entre as tribos não poderia resultar em algo diferente. E me atrevo a dizer que Adamo e Jaciara são definitivamente o meu casal preferido! Torci e sofri muito, muito por eles. Afinal, é crime se envolver com alguém de outro povoado.


"Nosso amor é real, mas proibido. Talvez a deusa da magia estivesse nos punindo ou o próprio planeta conspirasse para nos afastar. O presente se provou um tanto obscuro, mas o futuro permanecia completamente incerto.

— Página arrancada do diário."


Quanto à narrativa, pontuo que ela é bem rica, detalhando bem as características do cenário, das tribos e seus costumes. Até mesmo a mitologia daquele mundo e a origem das tribos recebeu sua devida atenção! Tudo foi cuidadosamente pensado e, quando há algum termo ou palavra em Tupi, a autora colocou notas de rodapé para garantir o entendimento pleno da obra! Esse cuidado mostra seu compromisso com nós, leitores, e seu empenho como escritora.


Há também um pouco de hot, mas não é algo explícito. Na verdade, as cenas mais adultas são bem intimistas. Nos passa, através das palavras, os sentimentos intensos que os personagens estão sentindo — e isso é algo constante, não somente quando se trata de paixão e luxúria, mas também à angústia, tristeza e desespero. As cenas onde ocorre violência obstetrícia (aqui, meu aviso de gatilho), por exemplo, trouxe lágrimas aos olhos porque é realmente uma cena muito forte. Certamente, as emoções dos personagens transpassam as páginas e se instalaram no nosso peito.


Como mencionei, “A Flora e o Mar” é um livro sobre amor, não somente romântico. É sobre amor de pais; de família; de amigos, pela vida. Um amor puro e verdadeiro que também pode ser sentido. Em especial, a amizade entre Ravi e Pasidi foi algo que me conquistou por completo! Ainda que de tribos diferentes, o sentimento sincero que eles nutriam um pelo outro me trouxe lágrimas aos olhos. Com certeza me emocionei quando, por força do destino, eles foram separados — e mais ainda quando, após tantos anos, eles ainda guardavam e protegiam esse sentimento.


"Em vez de lutarmos, nós nos abraçamos, depois nos despedimos e viramos as costas ao mesmo tempo. Nós confiávamos um no outro, jamais poderíamos nos ferir."


Os personagens secundários também são incríveis. Tanto no presente quanto no passado, nossos protagonistas enfrentam dificuldades e encontram um apoio no próximo, uma força extra para enfrentar as adversidades da vida. E olha, quantas adversidades! Esse livro pode ser sobre amor, mas infelizmente, o amor também pode doer. E não foram poucas às vezes que segurei forte no Kindle e torci para um desfecho feliz, porque nem tudo são flores (ou mar).


“A Flora e o Mar” termina então com uma brecha para a continuação que, após tantas reviravoltas e revelações, será ainda mais intenso e emocionante! Apenas espero que a autora tenha piedade de nós e entregue um final feliz para certos personagens que, após tanto sofrimento, merecem um bom desfecho (não é, Andreza?)


Decerto, se você procura uma fantasia diferente que abrace a representatividade indígena, seja completa e riquíssima em detalhes, se aventure nessa obra inesquecível que, com certeza, roubou um pedaço do meu coração.


Se interessou pelo livro?


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1 Comment


sentidoliteralcontato
Aug 16, 2022

O melhor site literário 🥰😍

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Oi, bem-vindos ao meu blog ♥

Quero te apresentar histórias incríveis e expor um pouco sobre meus surtos literários, então se gosta do universo dos livros, esse é seu lugar.

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Graduanda em Letras de Língua Portuguesa e Inglesa, escritora, revisora e leitora assídua, criei meu Instagram Literário em fevereiro de 2022 para compartilhar meus surtos e experiências literárias. Decidida a trabalhar com o que mais gosta, criei também este blog para profissionalizar ainda mais as resenhas e trazer visibilidade para a literatura nacional! ♥

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